MISS BRONTË


Este livro, decerto assumiu uma postura um tanto pessoal na minha vida, pois não posso falar dele sem dizer algo sobre eu mesma e como estou me sentindo ao fim dessa leitura.
O livro é uma biografia escrita por Juliet Gael, que conta a historia da escritora inglesa Charlote Bronte, que escreveu o famoso romance Jane Eyre. Foi lançado em 2011 pela editora Larousse. E é narrado numa linguagem impessoal, porém não se trata de uma biografia comum, com um enredo encantador.

Charlote era uma criatura miúda, frágil e tímida, assim como suas outras irmãs e irmão, também famosos por seus livros. Desde criança eles construíram mundos imaginários onde encontravam refugio da vida difícil. O pai era um pastor em um pequeno vilarejo, viúvo, um tanto grosseiro, mas amava os filhos e só queria o bem para eles. O irmão mais velho, Branwell, teve sérios problemas emocionais por conta de uma paixão, e isso afetou toda a família, principalmente Charlote que o via como um exemplo e seu herói.

Eles vivem de forma simples, solitária e rustica, até que as meninas, Anne, Emily e Charlote criam coragem para publicarem algumas poesias, mas usando pseudônimos masculinos. Infelizmente o livro foi um fracasso, depois publicaram outros livros, que foram duramente criticados, principalmente o livro de Emily O Morro dos Ventos Uivantes, mas Jane Eyre foi aclamado por muitos que o adoraram e isso deu fama e prestigio a Charlote, porém ela continuou humilde preservando o nome falso por um tempo.

Elas finalmente sentiram uma felicidade plena em suas vidas chatas e monótonas, e Charlote saboreava tudo aquilo como um ardor no coração. Durante meses elas três esconderam do mundo a sua volta sobre terem publicado livros. Depois tragédias foram acontecendo progressivamente, e um ar sombrio tomou conta da historia.

A não tão jovem Charlote, desprovida de atrativos físicos, mas com grande coração, tinha muitos amigos, mas era solteira. Escreveu mais alguns romances, mas que não agradou tão quanto seu romance anterior. Então ela se viu só, triste e mórbida, até que o destino lhe sorriu e deu um leve brilho em sua vida ao presenteá-la com um amor verdadeiro, ao qual ela não conseguia retribuir no inicio.

Pude entender os processos que levaram Charlote a escrever seus livros, e como ela escrevia com sinceridade sobre aquilo que viveu, sempre misturando ficção com a própria realidade.

A historia se passa na Inglaterra de 1800, e como amo romances clássicos, ainda mais aqueles que tem traços reais, esse livro logo entrou na minha lista. Porém nunca poderia imaginar que eu me veria em Charlote Bronte. A personalidade dela, o caráter, a rotina, as paixões, os hobbies, eram muito parecidos com aquilo que há em mim, e certos relatos parecem terem sido baseados na minha própria vida, o que me deu um nó na garganta.


Quando terminei o livro senti algo morrer em mim, fiquei petrificada e muito triste, com os olhos marejados de lágrimas, e talvez um dia irei relê-lo. Eu acredito em algo fantasioso chamado “Irmã de alma”, eu já havia encontrado duas e agora achei mais outra. 


Escrito por: Tatielle Katluryn

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