Eu me perdi na bagunça dele
Era obvio que
eu queria e merecia um oceano, mas o cara como todo idiota me deu apenas um
copo meio cheio, dizendo que era tudo o que poderia fazer por mim. Não entregou
a mim nem a sua metade mais estupida, me encheu de restos seus, mas eu como
toda idiota me entreguei por inteiro a ele, o melhor que eu tinha era dele, e
por isso acabei ficando oca já que me esvaziei para sobrar espaço para ele
morar em mim. O meu arrependimento maior é esse: ter visto tanto onde não havia
nada.
No começo,
ele havia me avisado que não estava disposto a se apaixonar por mim porque
sabia que isso daria sérios problemas, que queria apenas ficar feliz ao meu
lado sem drama sentimental, somente sorrir entre beijos, dormir aquecido
durante a noite se eu o deixasse entrar escondido no meu quarto, falar de
coisas que não conseguia dizer a mais ninguém, ser meu amigo antes de qualquer
coisa, e falou mais coisa enquanto eu ouvia ansiosa tudo aquilo sair da boca
dele.
Eu me perdi
na bagunça dele, pois o seu coração era um labirinto no qual não havia saída,
acabei ficando tonta ao rodar em círculos em suas dúvidas sobre o amor, e nada
que eu fazia era o bastante para me livrar da maldição de cair em seus braços e
não querer que ele me soltasse, desse modo, não sabia mais para onde eu estava
indo somente queria que ele estivesse do meu lado em qualquer obstáculo que eu enfrentaria.
Já era tarde
demais quando tentei sair do meio da lama, e minhas tentativas de me afastar
eram frustradas porque o sorriso dele me puxava sempre que eu ameaçada fugir. Ele
sabia que aquilo era errado, eu também sabia, mas deixamos fluir, por mais que
a culpa me corroesse, que o medo me dominasse, eu fui me afundando cada vez
mais nos beijos dele e era inútil dar um basta porque eu o queria e ele dizia
que tudo iria ficar bem, e claro, eu acreditei.
Mas ao final
ele estava inteiro enquanto eu tentava encontrar meus pedaços onde havia me
perdido. Nunca haverá nada pior do que saber que ele não se importava de
verdade, que tudo era um jogo macabro para saber até onde eu iria aguentar, se
eu de fato iria longe em nome do amor besta que eu dizia sentir por ele. Eu
sempre dizia que o amava e ele nada respondia, desde aí eu já devia ter ido
embora, porém escolhi ficar porque a saudade não me consolaria da falta que ele iria fazer.
Eu já fiquei
em frente ao espelho e repeti a palavra burra milhares de vezes, mas nunca foi
o suficiente para me convencer da minha própria estupidez por ter deixado isso
acontecer.
Trecho do livro: Ela Já Foi Verão
Escrito por: Tatielle Katluryn
Me indetifiquei mt kk
ResponderExcluirMuito bom ����