Apesar do amor que sentiam ele e ela esperaram o tempo certo para se pertencerem
Foto: @Carolinecastrofoto
Há três anos certo
rapaz avistou uma garota dançando alegremente o que parecia ser a música
favorita dela. Ela pulava, ria, até gritava em umas partes da canção. Ela
parecia carregar dentro de si toda a felicidade do mundo e isso o deixou até um
pouco constrangido, pois parecia impossível alguém ser mais feliz do que aquela
menina que dançava como se não houvesse amanhã. Porém, o mais esquisito de tudo
isso não foi o fato dele olha-la como se a conhecesse a vida inteira apesar de
nunca a ter visto antes, todavia, o mais estranho foi o que ele sentiu conforme
ia se aproximando dela: “Um dia eu vou me casar com essa garota”. Ele não a
conhecia, não sabia sequer o seu nome, mas o que ele sentiu foi tão forte, tão
avassalador, tão certeiro, que não conseguia duvidar de tais sentimentos e
passou a ver o futuro deles juntos da mesma forma que acreditava que dois mais
dois são quatro.
Mas ele não era o único
a sentir algo naquele primeiro encontro. Ela também se sentiu envolvida em algo
que não sabia nomear, porém a deixou pensando nele o tempo inteiro. Aquele
rapaz do cabelo preto volumoso que a fazia se perder em seu sorriso grandioso. Então
ela sentiu vontade de se aproximar mais dele e de conhecê-lo melhor, porém se
sentiu tímida diante de alguém que não conhecia. Além de que ambos não pertenciam
àquela localidade onde estavam, pois estavam ali em uma missão missionaria
cristã e ela sabia que não poderia perder o foco, tinha que cumprir o que a
levara até ali, apesar de seu coração se distrair facilmente quando o ouvia
falando apaixonadamente sobre o amor de Deus. Foi então quando se deu conta de
que ele tinha o mesmo sotaque que o dela, assim havia uma grande chance de
virem do mesmo estado, pois naquele grupo de jovens havia pessoas do país
inteiro. Logo seu coração se aquiesceu e ela teve uma certeza: “Nós vamos nos
aproximar e sei que nossa ligação será instantânea”.
E não deu outra: os
dois se tornaram amigos. Porém o que eles sentiam ia além do sentimento de
amizade. Era uma vontade de se pertenceram de um modo diferente. Porém sabiam
que estava cedo demais para se declararem, por mais que secretamente os dois se
sentissem do mesmo jeito. Além disso, eles eram bem jovens e tinham medo
daquilo não passar de uma paixonite adolescente que vai embora tão rápido como
veio. Então a missão acabou e passaram um tempo separados, porém logo depois teve
outra missão e novamente se encontraram. O cabelo dele estava maior e ela o
achou com cara de surfista. Ele a olhou e ela estava bronzeada como se tivesse
passado o dia inteiro na beira de uma piscina, o que só serviu para aumentar o
que sentia por aquela garota magrinha, do cabelo liso comprido, porém com o
maior sorriso desse mundo. Até que certo dia, eles estavam voltando de uma evangelização
em um bairro daquela cidade, quando a chuva caiu sobre o grupo. Ele havia
levado seu guarda-chuva, porém ela não. Logo ele se ofereceu para leva-la para
o alojamento e ela aceitou entrando debaixo do guarda-chuva. Foi o suficiente para
sentirem que precisavam se declarar.
Era o penúltimo dia da
missão missionaria e os dois á sós olhando para a chuva que caia do lado de
fora do alojamento, confessaram o que sentiam um pelo outro. E nada mais
parecia tão certo quanto o fato de ficarem juntos o resto da vida. Eles sentiam
que havia um propósito de Deus para aquele relacionamento e sabiam que Ele
estava sorrindo ao contemplá-los tão felizes um com o outro. Porém a relação
não durou muito como era o esperado. Mas a verdade é que ambos eram jovens
demais e não conseguiram manter o relacionamento. Faltava mais maturidade,
tanto emocional quanto espiritual, faltava também se estabelecer financeiramente
e se dedicar aos estudos, ministério, família, além de outras coisinhas que
acumuladas deu o veredito final: precisavam terminar o relacionamento. Nunca antes
eles sentiram uma dor tão grande que parecia fazer o peito inteiro arder. Eles queriam
continuar, pois se amavam muito, mas sabiam que racionalmente não era o tempo
certo. Foi então que eles aprenderam algo muito valioso: a pessoa certa no
tempo errado se torna a pessoa errada, mas se souberem esperar o tempo certo,
Deus irá junta-los novamente e nada mais poderá separa-los.
Por isso que após três anos
eles souberam que havia chegado esse tempo. O reencontro provou que o sentimento
não havia mudado, que o amor continuava ali e que aguardou o tempo certo para
poder ser vivenciado em sua intensidade. E hoje eles estão noivos e agradecem a
espera que os fez crescer, amadurecer, serem moldados, transformados e ficarem
ainda mais firmes no que acreditam. Eles sabem que cada lágrima, luta,
renúncia, saudade, valeu a pena. Eles sorriem ao se lembrarem da época que
diziam não suportar aquele sofrimento que eram demais para seus corações. E agora
o futuro se descortinou e se veem juntos o resto da vida. Agora podem sonhar,
planejar, desfrutar do que estava guardado no intimo de Deus para viverem
quando fosse o tempo certo. Pois se vivessem antes esse romance irá resultar em
ferimentos, decepções e achariam que não foram feitos uns para o outro porque
não conseguiriam dar prosseguimento a relação.
Portanto, a maior lição que posso tirar dessa história inspirada em um casal muito especial, é que de fato há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu (Eclesiastes 3:1), nós que gostamos de fazer tudo apressadamente ao invés de questionarmos se é o tempo certo para aquela atitude, compromisso e decisão importante. Afinal, quantos casais não se separam por causa da imaturidade? Quando eles poderiam dar certo caso procurassem antes mudar a si mesmos para poderem depois pertencer a outra pessoa. Ou são pessoas que não procuram refletir sobre si mesmos e sobre o outro, apenas se entregam e depois veem que não eram um para outro no final das contas. Porque há também a possibilidade de mesmo esperando a pessoa, ela não ser a certa para você, pois o passar do tempo traz transformações e descobre-se que seu amor era outro que estava esperando no futuro. Porém, quando for para ser nada impedirá, nem mesmo os anos que se passaram. Por isso é importante o autoconhecimento, a conversa, a reflexão, a oração para saber a vontade Deus sobre isso e consultar quem mais te conhece para uma opinião além da própria. Assim, vale a pena conhecer o tempo que está vivendo e esperar o quanto for necessário para viver o seu grande amor que se for verdadeiro ficará te esperando, pois ele mesmo sabe que precisa também se preparar para você.
Crônica inspirado na história do Victor Azevedo e Luiza Costa.
Escrito por: Tatielle Katluryn
"As palavras que eu digo não são propriamente minhas, mas do Pai que vivem em mim." João 14:10
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