Murchei quando esqueci que se eu não permanecer em Jesus não irei florescer (Parte 1/2)



Há uma Árvore plantada no meio de um jardim. Ela é tão alta. A olhando de longe parece que seus galhos tocam as nuvens que passam pelo céu azul. E ao lado dela há um Lavrador que é quase tão alto quanto ela. Ele nem precisa usar escadas para poder subir em seus galhos. Ele está ao seu lado com uma tesoura também gigante e vai cortando alguns galhos. O que mais me chamou a atenção foi que alguns galhos são cortados desde a sua base que os conecta com a Árvore. Mas Ele corta apenas os galhos secos e aqueles onde os frutos estão visivelmente apodrecidos. E aqueles galhos que ainda estão com folhas verdes e com bons frutos Ele corta apenas algumas partes que parecem estar secando e impedindo o crescimento do galho. Porém, o que mais me espantou em todo esse ato de jardinagem é que abaixo da Árvore tem um montão de galhos secos. Pois apesar da Árvore ter bastante galhos, parecia que um grande número estava no chão. E quando meus olhos se detiveram naquele montão, o Lavrador percebeu meu espanto e me falou assim:

– Eu tive que corta-los porque não fazia bem para a Árvore deixa-la com esses galhos secos que para nada serviam. Mas antes de cortar eu tentei fazer com que florescessem. Eu fiz tudo que podia, mas não poderia obriga-los a dar fruto quando parecia que não queriam. Então os cortei. E ainda terei que jogá-los no fogo daqui a pouco.

O Lavrador falou tudo isso com um tom de tristeza e de fato o seu semblante parecia abatido. Ele parecia ter lutado tanto e não conseguido reverter algo que Ele sabia que era ruim. Mas a culpa não era Dele, pois de fato não faz sentido deixar na Árvore galhos secos que para nada servem e que iriam prejudicar o crescimento dos outros galhos. Foi então que notei que Ele continuava me encarando. Eu me aproximei na tentativa de consola-lo por mais que eu fosse bem menor e ficava na altura do seu joelho. Mas foi quando Ele ficou com o rosto ainda mais triste e uma lágrima escapou de seu olho direito. Ele abriu a boca e falou num tom bem baixo:

– Está vendo esse galho um pouco seco aqui e com esse fruto que apodreceu faz um tempo?

– Sim. – eu respondi sem entender aonde Ele queria chegar com isso.

– Ele é você. – então outra lágrima caiu seguida de mais duas e quando percebi Ele estava chorando bem na minha frente por minha causa.

Demorou uns segundos para que eu pudesse entender o que Ele estava dizendo. Aquelas palavras não pareciam fazer o menor sentido e minha mente se recusava a aceitar o que Ele falava sobre mim. Mas quando eu olhei com atenção cada parte daquele galho eu percebi que de fato ele era eu. Eu era aquele galho que estava secando e que possuía um fruto arroxeado que de longe exalava um cheiro ruim por estar apodrecido. Eu caí de joelhos no chão, coloquei as mãos sobre meu rosto e comecei a chorar. Ele se sentou ao meu lado e começou a afagar minhas costas para me consolar.

– Eu, Deus, sou o Lavrador, e Jesus, Meu Filho, é a Árvore. Lembra-se do que Ele disse? “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o Lavrador. Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, Ele corta; e poda os ramos que dão fruto, para que produzam ainda mais. Ele já limpou vocês pela palavra que lhes tenho falado. Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Pois nenhum ramo pode dar fruto quando está separado da videira. Nem vocês podem produzir frutos se não permanecerem em mim.” – Ele citou o que está escrito em João 15:1-4.

Então Ele começou a dizer que eu estava me separando da Árvore e que por isso eu não estava recebendo mais o alimento que vem dela, aonde a ceiva é o Espírito Santo. Eu estava começando a achar que era suficiente e que mesmo me distanciando aos poucos ainda estava em comunhão com Ele. Que falar sobre Deus com as pessoas e até escrever sobre Ele fazia de mim alguém que estava em íntima ligação com o Espírito Santo. Mas que ao me focar tanto em dar frutos, em fazer a obra, em buscar um grande avivamento e levar o amor Dele para mais pessoas, havia O deixado de lado. Eu estava na Árvore e aparentemente estava bem, porém por dento meu galho já estava secando e ameaçando cair a qualquer momento. E meu fruto estava apodrecendo, porém eu continuava usando esse fruto para mostrar as pessoas que eu ainda estava na Árvore. Foi quando usava aquilo que havia aprendido antes com o Espírito Santo e não me dava conta que nunca mais tinha florescido algo novo.

Não há nada pior do que achar que está em comunhão com Deus e não se dar conta de que se distanciou Dele. Mas não foi aquele tipo de pecado que as pessoas estão acostumadas em ouvir que ele separou fulano de Jesus, porém foi um pecado que eu nem sabia que existia, eu achava que ele era uma crise ou um esfriamento somente, mas não o via como um pecado que transgrede o maior mandamento que é: amar a Deus sobre todas as coisas. Pois, acredite se quiser, é muito fácil e comum deixarmos de amar a Deus sobre todas as coisas para amarmos aquilo que queremos fazer por Ele ou aquilo que desejamos receber Dele. Isso começa quando nosso coração fica tão deslumbrado com a vocação que recebemos de Deus e queremos usar nossos dons ou habilidades para falar Dele as pessoas, queremos tanto servir, fazer, trabalhar, e ficamos orando pedindo coisas maiores, pedindo para passar para o próximo nível, e quando menos percebemos nossa oração se tornou uma lista de pedidos e aquele relacionamento baseado no amor por quem Ele é não existe mais.

E fazia uns dias que Ele estava me falando sobre a Árvore que é Jesus e que se eu não permanecesse nela eu não poderia dar nenhum fruto, pois sem Ele eu nada poderia fazer. Mas eu continuei fazendo o que achava certo e continuava olhando para as mãos do Lavrador em busca de mais poder, mais unção, mais notoriedade, e me esquecia de que Ele tinha um coração apaixonado por mim e que estava sofrendo a me ver tão focada em coisas que me fizeram me esquecer da Pessoa que Ele é. Mas em vez de me cortar de uma vez como poderia ter feito, o Lavrador me chamou até á Árvore e me disse o que estava acontecendo. Ele pediu que um passarinho fosse me chamar e eu fui até lá sem saber o que iria acontecer, pois a meu ver eu estava fazendo tudo certo. Porém, o passarinho me fez umas perguntas pelo caminho e minhas respostas já mostravam que eu estava distante de Deus, porém eu continuava achando loucura e não aceitando a minha situação.

Ai ao avistar a Árvore e o Lavrador, o passarinho disse que eu teria que ir até eles para poder consertar essa situação, mas eu não sentia que havia mesmo algo a ser consertado, talvez fosse apenas que Ele estivesse sentindo minha falta e nada mais, que não tinha uma coisa muito errada comigo. Mas o Lavrador me fez ver que tinha sim algo muito errado e que eu estava tão insensível a sua voz que não tinha ouvido Ele me dizendo isso tantas vezes, e nas poucas vezes que ouvi eu O ignorei completamente e segui minha vida como se estivesse tudo bem. Todavia, o Lavrador lutou por mim ao invés de me cortar de uma vez por todas da Árvore. Ele foi atrás de mim e me trouxe até Ele porque sozinha eu não teria essa atitude. Ele que teve a iniciativa e Ele que tentou reatar a nossa aliança que eu quebrei. Ele que me mostrou aonde eu havia errado e quais as minhas motivações por detrás de minhas falhas. Senão fosse por Ele eu não estarei debaixo da Árvore chorando amargamente de tão arrependida que eu estava. Senão fosse o ousado amor do Lavrador eu continuaria cega e logo cairia da Árvore para ser colocada junto com aqueles que serão jogados no fogo.

– Eu posso jogar esse fruto podre fora e fazer com que você possa florescer novamente. Mas para isso eu preciso te colocar em um processo chamado de poda. Confesso que ele é doloroso e irá cortar muitas partes suas que você escondia do mundo. Mas é necessário tirar de você tudo que te impede de crescer e que pode te afastar de mim outra vez. Pois eu te amo tanto e me importo contigo ao ponto de ter dado meu Filho para morrer em seu lugar naquela cruz. E meu coração dói ao te ver nessa situação que te faz tão mal e te afasta de mim. Mas você aceita esse processo?

Para complementar ouça a música: Comigo - Isaque Brian

(O texto continua)

Escrito por: Tatielle Katluryn


"As palavras que eu digo não são propriamente minhas, mas do Pai que vivem em mim." João 14:10

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