Não se satisfaça em ouvir a Deus através de alguém, mas O busque para ouvi-Lo falar diretamente contigo



“O povo viu os trovões e relâmpagos, o som da trombeta e o monte lançando fumaça. O povo ficou de longe observando e tremendo. Os israelitas disseram a Moisés: ‘É melhor você falar conosco. Nós o ouviremos. É melhor que Deus não fale diretamente conosco para que não morramos! ’.” (Êxodo 20:18,19). E logo após o povo dizer isto Moisés lhes respondeu pedindo para que eles não tivessem medo, pois a intenção de Deus com aquilo tudo é para leva-los ao temor para não pecarem, já que o amor não os impediu de pecar então que o temor os levasse a santidade. Então Moisés fez algo que ninguém ali queria fazer: ele se aproximou de Deus enquanto o povo mantinha distancia. Foi aí que vi minha geração no meio do povo. Como crianças assustadas que conheciam Deus através de Moisés, que viram as maravilhas que Ele fizera no Egito e como seu poder foi grandioso ao abrir o Mar Vermelho, mas o que sabiam de Deus estava atrelado as suas obras e ao que eu ouviam por meio de Moisés.

Pois a religião fez isso conosco, ela nos transformou em israelitas que tinham medo de encontrar-se com Deus mais de perto, pois temiam que algo ruim acontecesse já que a glória Dele era grande demais para nossa pequenez. Por isso nos mantínhamos longe, O adorando do banco das igrejas, O ouvindo por meios dos ministros que subiam nos púlpitos e falavam em suas pregações aquilo que precisávamos ouvir. Não condenando as idas aos cultos ou ouvir, assistir e ler algo feito por ministros como os pastores, pois Deus os chamou e usou para falar justamente conosco, mas o problema está em nos acomodarmos nisso e fazermos dessa a nossa zona de conforto, e não buscarmos a Deus sem o auxilio de outras pessoas. Podemos cair no erro de nos tornar ouvintes de Deus, além de apenas servos e adoradores, mas nunca filhos que correm aos braços do Pai sem medo de quem Ele é e do que sua glória pode fazer conosco. E assim nos tornamos cada vez mais o povo israelita que ficava embaixo do monte bem longe do limite estipulado por Deus, já que para nós quanto mais longe menos chances da glória de Deus nos constranger.

Sendo pessoas que ficam distantes às vezes por preguiça de buscar a Deus, já que para subir ao monte é necessário força e disposição. Ainda tendo outros que não vão porque não querem renunciar seus pecados, pois para ir até o Senhor é necessário abandonar ao pé do monte seus pecados e paixões sujas, ter coragem de renunciar o que você não vive sem, mas que te faz pecar. Tudo isso para ir até Deus e ouvi-lo falar diretamente, e Moisés falava de forma simples como falar com um ser humano mesmo Deus sendo o Criador de Tudo, e falou como se conversa com um amigo intimo. Pois Moisés ia tendo fé que O veria, já que sem fé é impossível agrada-Lo, por isso é necessário crer que Ele existe e que nos abençoa. Portanto, para ir até Ele precisamos olhar primeiro para dentro de nós e procurar o que precisa ser tirado, o que impede o agir de Deus, o que atrapalha o seu mover e são barreiras para construir o nosso relacionamento. Lembrando que Moisés não era perfeito, ele também tinha desvios no caráter, ele também pecava e quando Deus apareceu a primeira vez para ele Moisés disse que era incapaz de fazer o que o Senhor pedia, e que devia mandar outro em seu lugar para cumprir essa missão. Moisés também tinha seus medos, vontades e sonhos, e ele fora criado num lar egípcio onde havia vários deuses para se corromper, mas Ele se manteve fiel ao grande Eu Sou.

Mas o que eu quero dizer com tudo isso? Que nós somos tão humanos quanto Moisés e que se Ele pôde se aproximar de Deus ao ponto do Senhor dizer que falava com ele face a face, nós também podemos nos aprofundar no nosso relacionamento com o Senhor, basta não termos medo e subirmos ao monte. E não faz muito tempo que eu deixei de ser a menina assustada que vivia aprisionada no que a religião dizia de Deus. O Espírito Santo me chamou para mais perto do Pai e me disse que eu devia voltar ao primeiro amor do Jardim do Éden, aquele amor onde Adão tinha liberdade de falar com o Pai e ele não tinha medo, mas se sentia amado e não condenado. Que eu não devia mais esperar que alguém fosse até Deus, recebesse uma revelação Dele e viesse até mim para me dizer o que fazer, pois minha vida inteira de cristã sempre esperei encontrar a Deus apenas em templos ou eventos cristãos, e eu nunca imaginei que poderia encontra-Lo na hora e no lugar que eu quisesse se eu apenas o buscasse de todo o coração e tivesse fé. E vi que estar com Deus era uma questão de entrega, renúncia e fome por mais Dele. Nunca se satisfazer, mas querer ir além, ir mais profundo. Então pude experimentar algo novo e especial que era olhar Deus de outro modo, vê-Lo como um Pai e Melhor Amigo tão próximo que o seu abraço faz meu corpo se aquecer. Não Aquele Deus irado pronto para me punir e castigar, mas desejoso de me ouvir e falar comigo como fez com Moisés.

Mas infelizmente ainda vivemos como uma geração que prefere continuar no pé do monte e com medo de se aproximar. Uma geração que não consegue desligar o celular, fechar o livro, sair de frente da televisão e pedir licença aos amigos para se fechar no quarto e falar com o Deus que o vê em secreto. Pessoas que dormem quando iniciam uma oração. Pessoas que todos os dias repetem as mesmas palavras em suas preces. Pessoas que limitam Deus a um visitante nos dias de domingo. Pessoas que veem Jesus como Aquele que perdoa e abençoa infinitamente, mas que se esquecem do que há em seu coração e em seu caráter. Pessoas que buscam o Espirito Santo para lhes fazer falar em línguas e depois nunca mais conversam com Ele. Pessoas que não querem se esforçar para abrir mão de coisas para segurar na mão de Deus. E se continuarmos assim vamos passar nossas vidas inteiras ao pé do monte Sinai esperando Moisés descer com duas tabuas nas mãos e um monte de regras na cabeça para dizer o que devemos e o que não devemos fazer. Já estaremos mais acostumados com um Deus que dita regras e leis para controlar o instinto pecador das pessoas, em vez de sermos como Moisés e perguntarmos diretamente ao Senhor o que podemos e o que não podemos fazer.

Pois os israelitas preferiram ouvir de Deus centenas de regras de conduta do que irem até Deus para saberem Dele o que deveriam fazer. E eles seguiram aos tropeços a lei de Deus, tendo medo do castigo e se sentiam obrigados a obedecer, quando o que Deus mais queria eram filhos que fossem até Ele e perguntassem: “Papai, o que devemos fazer agora?”, que O seguissem por amor a esse Deus tão apaixonante e acolhedor, porém escolherem a dureza de regras em vez de um relacionamento. E vivemos assim, obedecendo aquilo que os lideres religiosos dizem por que nos sentimos obrigados e temos medo do inferno. Também obedecemos porque nossos pais mandam e para parecermos “boas pessoas” diante de todos. A religião nos dá máscaras e diz a aparência que devemos ter, então seguimos cegamente tudo sem entender e cada vez mais nos afastamos de Deus, pois no fundo ficamos chateados com toda essa prisão que para alguns não faz sentido, e para outros é apenas uma forma dos lideres ganharem dinheiro. Mas então o Espírito Santo aparece e nos chama, Ele nos pega na mão e diz que a santificação não é por esforço e nem por obediência a regras, mas através do nosso relacionamento com Deus naturalmente iremos nos tornar mais santos e não nos sentiremos obrigados a isso, mas faremos com amor e satisfação.

Pois o amor de Deus é tão livre que Ele quer nos aproximar Dele para sussurrar quem nós somos e quem deveremos nos tornar, mas nos explicando o porquê de seus pedidos e como fará as mudanças em nós. E nada disso exclui a importante da Bíblia, da igreja e dos ministros de Deus, mas faz com que nós possamos ouvir, ler, participar, assistir, ter compromisso e atitude com as coisas do Senhor, e de forma feliz, apaixonada e com o fogo do Espirito Santo queimando em nosso peito. Iremos fazer porque entendemos as razões de Deus nos ter deixado as Escrituras e como tais palavras foram inspiradas por Ele. E assim deixaremos de ser religiosos que seguem a Bíblia distorcendo umas partes e ignorando outras, mas nos tornaremos filhos sedentos que irão subir o monte com corações apaixonados desejosos de passar dias e noites ao lado do Pai, como Moisés que ficou quarenta dias e quarenta noites no monte Sinai e saiu de lá com o rosto resplandecendo, pois ele havia sido tocado pela glória do Altíssimo. E ainda seremos filhos que abraçam outros pecadores como nós e não os afastaremos de Deus, mas todos seremos cuidadosos e pacientes, misericordiosos e compreensíveis, indo até as pessoas e levando o amor de Jesus.

Além disso, enxergaremos a Deus além das curas, bênçãos, prosperidade e avivamento, e veremos um Pai que nos dá regras por nos amar e por não querer que nos machuquemos com o pecado, que não quer nos ver rolando na lama da perdição e tendo que conviver com consequências dolorosas. Pois Ele nos amou primeiro e quer que nós o amamos também, porém não por sermos forçados a isso, mas por Ele ser tão irresistível e maravilhoso. Passaremos então a ver as doutrinas religiosas de outra forma, algumas passaremos a entender e a respeitar, e outras veremos que são vãs e até desnecessárias, pesadas demais e que pregam o Deus severo, duro e castigador sem piedade. Veremos que o nosso Deus não tolera o pecado, mas não odeia o pecador. O nosso Deus diz para não pecarmos, mas se cairmos Ele nos perdoa, abraça e sara nossos machucados. E que o nosso Deus é justo de nos fazer colher o que plantamos, mas que Ele é amor e por isso sabe que algumas consequências não suportaríamos colher.

E a maior mudança será perceber que nós estaremos O seguindo, tentando imitar a Cristo, meditando na Bíblia, indo aos cultos e outras reuniões da igreja por ama-Lo e um fogo passará a consumir o nosso coração, enquanto nos apaixonamos mais conforme nós O conhecemos e nos tornamos Um com Ele. Então notaremos que quando amamos alguém nós fazemos de tudo para não machuca-lo, decepciona-lo e desagrada-lo, e que ouvir, entender e obedecer a pessoa não é um fardo, obrigação e não causa dor, mas é leve, sem esforço e trás prazer, e isso que irá acontecer conosco em relação a Deus. Nós passaremos a fazer a maioria das coisas que fazíamos antes por amar a Ele e porque nós entenderemos as intenções Dele com seus mandamentos. E será natural seguir os passos de Jesus e sermos mudados por sua face, por seu caráter, nos separando do mundo que quer nos levar para longe dos braços do Pai. Iremos aumentar a pregação do evangelho em todas as partes do mundo para acelerarmos a volta do Noivo, pois como noiva de Cristo o amor queimará e nos deixará ansiosos por esse encontro. 



Escrito por: Tatielle Katluryn

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